18º Dia - A armadura de Deus

Escrito em 16/04/2020
Equipe Maanaim


Nós, cristãos, estamos assentados com Cristo nos lugares celestiais acima dos principados e potestades. A posição em que estamos em Cristo é um lugar de autoridade, honra e triunfo.

 Não precisamos viver no fracasso, na depressão e na derrota.

O qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés[...] (Ef 1.20-22)

E, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus. (Ef 2.6)

Se um cristão experimentará vitória ou não sobre o inimigo depende da visão que ele possui a respeito de si mesmo como igreja: militante, derrotado ou triunfante.

O militante é aquele que ainda não está sentado nos lugares celestiais e ainda está lutando para ganhar a vitória contra o inimigo.

Ele não crê que esteja nessa posição e por isso luta para chegar lá. Esse crente militante se esforça muito, mas tem pouca vitória porque não sabe a sua posição.

O derrotado é aquele completamente ignorante de sua posição de autoridade e de seu direito de reinar em vida por meio de Jesus Cristo.

Por causa da ignorância, esses crentes são constantemente atacados pelo inimigo e vivem num estado de fracasso e derrota.

O triunfante, por outro lado, descreve a perspectiva bíblica do crente assentado com Cristo nos lugares celestiais. Ele não apenas sabe de sua autoridade, mas a exercita para colocar o inimigo debaixo dos seus pés.

Nesta época em que a atividade do maligno está aumentando, é vital que os crentes saibam a respeito de sua posição em Cristo.

Precisamos ser completamente convencidos de que temos autoridade por causa da vitória de Jesus na cruz. Somente andando na luz da Palavra de Deus, teremos confiança e fé para exercer nossa autoridade.

Paulo diz que precisamos estar vestidos da armadura para podermos permanecer inabaláveis. Cada peça da armadura é um aspecto da verdade do evangelho. Quando nossa fé é correta nós não podemos ser abalados.

Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos. (Ef 6.14-18)

Quando nós tomamos toda a armadura de Deus, nós permanecemos inabaláveis. Assim, tomar a armadura de Deus não é algo pequeno e sem importância, mas trata-se de algo vital no ministério.

Sei que a imagem da armadura é algo bem prático, mas não devemos pensar nela como algo místico.

Cada peça da armadura aponta para um aspecto do evangelho. Trata-se, portanto, de algo doutrinário.

Quando cremos corretamente, estamos usando a armadura. Quando a fé está errada em qualquer desses pontos nós nos tornamos abaláveis.

Todas as partes da armadura estão relacionadas com a Nova Aliança. Não há nada aqui do Velho Testamento da lei. Aqueles que possuem uma fé errada, e ainda segundo a lei do merecimento, tornam-se vulneráveis aos ataques do maligno.

Os ataques com dardos inflamados virão sobre todos nós, mas aqueles que possuem uma armadura correta permanecem inabaláveis.

1. Cingindo-vos com a verdade

“Cingir” significa usar uma cinta ou um cinto. A verdade é o evangelho. O Senhor disse aos fariseus: “...e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). Os fariseus conheciam a lei e mesmo assim não eram livres; assim, a verdade não é a lei.

Paulo chama o evangelho de “a verdade do evangelho”, em Gálatas 2.14. A verdade do evangelho é uma cinta.

Os soldados usavam um cinto de couro onde eles prendiam a espada ou pequenas adagas.

2. Vestindo-vos da couraça da justiça

 A couraça era para proteger o peito. As setas malignas visam atingir o coração com condenação e acusação.

Em 1 João 3.20,21, está escrito que percebemos a acusação no coração. Uma vez que o coração é atingido com condenação, temos dificuldade de ter comunhão com o Senhor, por isso é vital estar vestido com a couraça da justiça.

O que é essa justiça? Certamente não é a justiça da obediência aos mandamentos da lei. É a justiça da fé. É a justiça de Cristo que recebemos como um dom.

Precisamos declarar continuamente que somos justiça de Deus em Cristo Jesus. Nunca se achegue ao Pai confiado em algum merecimento, mas sempre chegue confiado no Cordeiro.

 E ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé. (Fl 3.9)

Mesmo quando você falhar, declare ousadamente: “Eu sou justiça de Deus em Cristo”. Seja consciente de sua justiça pela fé.

3. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz

Os pés aqui apontam para o fundamento, a firmeza no combate. O que lhe dá essa firmeza? É a paz de Deus que excede todo entendimento.

É a paz que temos por causa da verdade do evangelho de que todos os nossos pecados foram perdoados e todas as nossas dívidas foram quitadas diante de Deus.

Esse é o evangelho da paz. Ele não depende de você, mas depende de Cristo. Não se trata do quão maus somos nós, mas do quão bom Ele é.

Não depende do quanto você é fiel, e sim do quanto Ele é Fiel. Não depende da sua obediência, mas da obediência de Cristo.

É por isso que Paulo diz precisamos trazer todo pensamento cativo à obediência de Cristo.

Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo. (2 Co 19.4,5)

Somente o crente que tem paz com Deus consegue ficar firme de pé no dia da batalha. Não estou dizendo de paz com os homens, mas paz com Deus.

Quando cremos que fomos justificados, nós temos paz para com Deus (Rm 5.1).

Temos paz porque sabemos que sobre nós não há mais nenhuma condenação. Ninguém pode sentir paz se ainda viver debaixo de acusação e condenação em sua mente.

Temos paz porque já não temos medo. Provamos o imenso amor do Pai manifestado em sua graça e esse amor de Deus lança fora todo medo.

Quanto mais provamos da graça, mais vencemos o medo e a condenação, e assim vivemos em paz.

Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano. (Lc 10.19)

4. Embraçando sempre o escudo da fé

É por meio do escudo da fé que apagamos os dardos de fogo do maligno. Essas flechas inflamadas são pensamentos de desqualificação.

Todo o tempo o inimigo mostra que não fizemos isso ou aquilo, que não estamos qualificados, que estamos muito distantes do padrão de Deus.

Toda a armadura está relacionada com uma fé correta. É quando cremos corretamente que podemos resistir ao maligno.

A fé aqui não é o ato de crer, mas o conteúdo da fé. E o conteúdo da nossa fé é o evangelho da graça, o evangelho da paz, a justificação pela fé.

 Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. (Jd 1.3)

Todas as coisas de Deus são recebidas pela fé, mas o inimigo tenta nos enganar dizendo que crer não basta, mas que temos antes que obedecer aos mandamentos.

Somos tentados a ter alguma justiça própria para assim merecermos o milagre. Esses são os dardos inflamados do maligno.

 Todos os milagres do Senhor foram recebidos exclusivamente pela fé. Em nenhum momento o Senhor exigiu das pessoas um bom comportamento antes de fazer um milagre.

As pessoas certamente tinham problemas conjugais, ressentimentos e intrigas, mas o Senhor nunca disse para elas primeiro cumprirem os mandamentos antes de curá-las.

5. Tomai também o capacete da salvação

A certeza da salvação é um capacete na sua cabeça. No momento em que você duvida da sua salvação, todas as partes da armadura perdem a utilidade.

A Palavra de Deus também fala da esperança da nossa salvação. A esperança bíblica é a expectativa confiante de que algo bom vai acontecer! Essa esperança descansa no amor do Pai. Se sabemos que somos amados, então esperamos que coisas boas aconteçam.

Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação. (1 Ts 5.8)

Fé no grego é pistis, significa acreditar que você já recebeu a provisão para a sua necessidade em Cristo, mesmo que você ainda não a veja.

A fé sempre crê como já tendo acontecido, mas esperança no grego é elpis e fala do futuro. A esperança é a expectativa confiante de que algo bom está para vir. Porém você não pode ter pistis sem antes cultivar elpis.

6. Tomai a espada do Espírito

A espada do Espírito é a Palavra de Deus. No original, palavra aqui é rhema, que significa a palavra viva liberada a nós pelo Espírito. 

Sabemos que a Bíblia é a palavra de Deus. Mas se essa palavra for apenas letras impressas, não será Espírito nem espada.

A expressão grega para palavra aqui é Rhema. O Logos é a palavra escrita, mas o Rhema é a palavra avivada em nós pelo Espírito.

O Senhor Jesus disse, em João 6.63, que “as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida”. Mais uma vez a expressão usada é rhema. Isso significa que a palavra instantânea falada a nós pelo Espírito é que se torna a espada que destrói o inimigo.

Tudo o que Deus faz, Ele o faz pela Palavra e pelo Espírito. É da união entre a Palavra e o Espírito que temos a espada para vencermos o diabo.

A maneira de tomarmos a espada é proferindo a Palavra. Em Apocalipse 12.11, lemos que: “Eles o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da Palavra do Testemunho que deram”. Você não pode derrotar o Diabo com a sua própria força, você precisa da Palavra de Deus.

7. Orando em todo tempo no Espírito

A maneira como vestimos todas as peças da armadura é orando no Espírito. E o que significa orar no Espírito? Significa orar em línguas. Paulo diz que esta é a armadura de Deus e em Isaías 59 temos uma descrição da armadura de Deus.

 Vestiu-se de justiça, como de uma couraça, e pôs o capacete da salvação na cabeça; pôs sobre si a vestidura da vingança e se cobriu de zelo, como de um manto. Segundo as obras deles, assim retribuirá; furor aos seus adversários e o devido aos seus inimigos; às terras do mar, dar-lhes-á a paga. Temerão, pois, o nome do SENHOR desde o poente e a sua glória, desde o nascente do sol; pois virá como torrente impetuosa, impelida pelo Espírito do SENHOR. Virá o Redentor a Sião e aos de Jacó que se converterem, diz o SENHOR. Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles, diz o SENHOR: o meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se apartarão dela, nem da de teus filhos, nem da dos filhos de teus filhos, não se apartarão desde agora e para todo o sempre, diz o SENHOR. (Is 59.17-21)

O primeiro elemento é a couraça da justiça. Nós estamos vestidos da justiça de Cristo, por isso somos justiça de Deus. Quando o Senhor executar justiça, o mundo conhecerá a sua ira.

Depois vem o capacete da salvação. Em nossa cabeça é a proteção, mas na cabeça do Senhor é o seu propósito, aquilo que está em sua mente, trazer salvação.

A vestidura de vingança não é contra nós, mas contra o diabo. O Senhor é o vingador de toda opressão do maligno, doenças, depressão e destruição. O manto de zelo é a completa certeza de que Deus cumprirá a sua promessa.

No verso 21, o Senhor diz que “esta é a minha aliança com eles, diz o SENHOR: o meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se apartarão dela”.

A Nova Aliança está completamente relacionada com o Espírito que nos foi dado. E a palavra que Ele pôs em nossa boca de acordo com o contexto só pode ser aquela que vem com o Espírito, ou seja, as línguas.

No Velho Testamento houve muitos milagres, mas nunca o de falar em línguas. Esse é o sinal distinto da Nova Aliança. Em Romanos 11, Paulo se refere a esse texto, mas ele escreve de forma diferente. Ele diz: 

E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados. (Rm 11.26,27)

Paulo diz que ter os pecados tirados é equivalente a receber o Espírito. Aqueles que têm dificuldade de crer que seus pecados foram perdoados não conseguem fluir em línguas.

 Quando Pedro pregava na casa de Cornélio, no momento em que ele disse que todo o que crê tem os seus pecados perdoados, o Espírito veio sobre eles.

As duas coisas andam juntas. E imediatamente todos eles começaram a falar em línguas.

A oração em línguas é a oração no Espírito. Judas diz em sua epístola que, quando oramos no Espírito, nós edificamos a nossa fé. 

Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo, guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna. (Jd 1.20,21)

Precisamos orar em línguas e nos guardar no amor de Deus. Não é em nosso amor para com Deus, mas no amor d’Ele por nós.

Quanto mais entendemos que somos amados, mais somos alimentados, mais oramos em línguas e mais somos guardados para permanecermos inabaláveis.

ORAÇÃO DE CONFISSÃO

TEXTO BÍBLICO

Sede fortes e corajosos, não temais, nem vos atemorizeis diante deles, porque o SENHOR, vosso Deus, é quem vai convosco; não vos deixará, nem vos desamparará. Dt. 31:6

CONFISSÃO DA PALAVRA

Eu sou forte e corajoso porque eu estou firmado no Senhor. O Senhor vai diante de mim na minha batalha. Eu tenho a confiança de que o seu amor não me desamparará. Estou firmado na sua bondade e na sua graça. O medo e o pânico não terão lugar na minha vida, pois eu estou firmado no Senhor e no seu amor. O Senhor não me abandonará, pois fui alcançado pela sua Graça.